[A vida, o universo e tudo mais] O corpo é meu, a escolha é minha
2004, eu estava no segundo ano do ensino médio e tinha um professor de história babaca, machista, racista, homofóbico, disfarçado de esquerda socialista e ex-militante político (uma baboseira que eu nunca acreditei de fato). Jamais aprendi uma linha sequer de história com ele, isto porque o fulano preferia dedicar os cinquenta minutos da aula a contar causos de sua vida (muitos duvidosos) e a vomitar um discurso preconceituoso. Denegrir a mulher era com ele mesmo. Não vou repetir as idiotices que ele dizia, porque já estou poluindo este espaço o suficiente ao fazer esse breve resumo de quem foi meu professor de história, mas tem um episódio que eu gostaria de relatar aqui.
Houve uma vez em que ele se manifestou fervorosamente (até demais) contra o aborto, usando o infame argumento:
- Na hora de fazer foi bom. Quando abriu as pernas, sabia o que estava fazendo, por que não se cuidou? Daí vai lá, a assassina, e mata o bebê.
Indignada, esperei que soasse a campainha sinalizando o fim da aula e, respeitosamente, o chamei até minha carteira. Meio desconfiado, pois sabia que eu era uma das muitas alunas que o odiava (mas uma das poucas que o odiava abertamente), ele veio até mim. Fiz uma pergunta a ele, já sabendo a resposta, mas a intenção era outra:
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