[Café com páginas] Vampiros em Nova York: Os Primeiros Dias

15:27 Andrizy Bento 0 Comments


Depois dos traumas causados por séries como CrepúsculoAcademia de Vampiros e A Caçada (os dois últimos eu larguei já no primeiro volume), pensei  que nunca mais pegarias nas mãos, tampouco me aventuraria por outra obra envolvendo vampiros. Mesmo que fosse algo escrito pela Anne Rice. Estava errada e acabei me deparando com um livro bem legal sobre o tema. Não é nenhuma obra-prima, mas uma leitura inteligente e divertida de qualquer maneira e a qual vale a pena passar duas horas de um dia preguiçoso curtindo.

Vampirismo é uma doença parasitária, transportada por ratos e transmitida sexualmente entre seres humanos. Isso mesmo! Na trama, o vampirismo é uma doença sexualmente transmissível. E quem cuida disso em Nova York, de modo a não deixar que a doença se alastre por toda a cidade, é uma repartição pública denominada Patrulha da Noite, repleta de burocracias e muito similar às prefeituras municipais.

Vampiros em Nova York: Os Primeiros Dias traz Cal Thompson como protagonista. Ele foi infectado pelo parisita após passar a noite com uma mulher misteriosa. Contudo, ele se torna apenas um portador do vírus - que acaba por aguçar seus sentidos e lhe garantir super força e agilidade. Ele integra a parcela mínima (e sortuda) de portadores positivos, que são imunes aos aspectos negativos do vírus, isto é, não se convertem em monstros irracionais e esfomeados ao serem infectados. Como ele carrega apenas a parte boa da suposta doença, Cal trabalha para a Patrulha da Noite e sua função é encontrar novos Peeps (denominação para os vampiros  no livro) de modo a evitar que o vírus se dissemine. Em seu caminho, ele encontra Lace, uma estudante de jornalismo extremamente curiosa e entusiasta, com quem acaba estabelecendo um vínculo que vai além de uma simples parceria.

O bom humor é o traço característico da obra que satiriza de maneira tão inteligente quanto hilariante o funcionalismo público, a cultura pop e o mito dos vampiros. Além de utilizar sabiamente a teoria da evolução, proposta por Darwin na composição de sua mitologia. Não há nada de extremamente original, mas a narrativa é divertida e bem fundamentada.

Do mesmo autor da série best-seller Feios, Scott Westerfeld intercala a trama com ótimas e bem-humoradas informações acerca de parasitas, dando uma aula de biologia com um viés cômico, destilando ironia.

A obra pode não ser inesquecível, mas se destaca devido ao seu ritmo agradável, a fluidez narrativa e os quotes geniais que compõem uma aventura dinâmica, com personagens simpáticos, ainda que não tão bem explorados. A bibliografia, inclusa nas últimas páginas, é um achado! Trata-se de um ótimo conto que me fez recuperar a fé em vampiros da literatura moderna.

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