[78 Rotações] Dublê de Corpo
O habitante do meu corpo
Esse estranho dublê de retratos"
Não lembro quando foi que me julguei adulta pela primeira vez. Recordo-me agora de ler um post de um amigo no facebook, dizendo que ficava chateado por não poder fazer mais determinadas coisas, exclusivamente por ser adulto. Foi então que me dei conta que temos quase a mesma idade e, bem... Eu relutei em aceitar, mas se ele é um adulto, eu também sou.
Pelo menos por fora, isto é, aparentemente... Mentalmente, não. Não mesmo.
Eu tenho um imóvel em meu nome, pago a maior parte das contas, me importo demais com o preço das coisas e me preocupo absurdamente com o futuro próximo. Ser adulto significa, muitas vezes, fazer o que não se gosta, infelizmente. Por ser necessário, por dependermos, de certa forma, exatamente daquilo de que não gostamos.
Devo mesmo ser adulta. Já que adultos costumam, via de regra, ser muito chatos e preocupados. E eu faço muitas coisas de que não gosto também.
Acho estranho me referir a mim mesma como adulta quando ainda sou cheia de manias infantis; faço contagem regressiva para estreias de filmes da Marvel (que nem existiam na minha infância, na verdade); choro com animações da Pixar e rio com as piadas saturadas e repetidas de Chaves.
Eu completei 28 anos no último dia 24 de setembro. Assim como no aniversário anterior, o desespero por estar me aproximando dos 30 e ainda não ter um rumo definido, me assaltou. Percebi também a que encaro aniversários de uma forma bem diferente do que encarava há dez anos.
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