"Eu não reconheço mais olhando as fotos do passado
O habitante do meu corpo
Esse estranho dublê de retratos"
Não lembro quando foi que me julguei adulta pela primeira vez. Recordo-me agora de ler um post de um amigo no facebook, dizendo que ficava chateado por não poder fazer mais determinadas coisas, exclusivamente por ser adulto. Foi então que me dei conta que temos quase a mesma idade e, bem... Eu relutei em aceitar, mas se ele é um adulto, eu também sou.
Pelo menos por fora, isto é, aparentemente... Mentalmente, não. Não mesmo.
Eu tenho um imóvel em meu nome, pago a maior parte das contas, me importo demais com o preço das coisas e me preocupo absurdamente com o futuro próximo. Ser adulto significa, muitas vezes, fazer o que não se gosta, infelizmente. Por ser necessário, por dependermos, de certa forma, exatamente daquilo de que não gostamos.
Devo mesmo ser adulta. Já que adultos costumam, via de regra, ser muito chatos e preocupados. E eu faço muitas coisas de que não gosto também.
Acho estranho me referir a mim mesma como adulta quando ainda sou cheia de manias infantis; faço contagem regressiva para estreias de filmes da Marvel (que nem existiam na minha infância, na verdade); choro com animações da Pixar e rio com as piadas saturadas e repetidas de Chaves.
Eu completei 28 anos no último dia 24 de setembro. Assim como no aniversário anterior, o desespero por estar me aproximando dos 30 e ainda não ter um rumo definido, me assaltou. Percebi também a que encaro aniversários de uma forma bem diferente do que encarava há dez anos.
Vou começar este texto com uma declaração bastante óbvia: Todo aniversariante adora ganhar presentes. Não venha me dizer que não, todo mundo adora um mimo.
Aliás, odeio essa palavra mimo. Não a utilizem perto de mim. Tá, eu usei aqui, mas foi só porque não queria repetir a palavra presente na mesma sentença...
Enfim, o fato é que há coisas que você gosta mais de ganhar do que outras. E que você, se ainda não foi, será vítima dos famigerados presentes de grego um dia.
Eu sou a campeã em ganhar presentes de grego. E nem é porque sou muito exigente com presentes. Vejamos a minha lista de coisas com as quais eu adoro ser presenteada:
Hoje a sessão
Café com Páginas é um pouco diferente.
Se você é o tipo de leitor que costuma estabelecer metas literárias todo começo de ano - estipulando um determinado número de livros a serem lidos por mês e ano - a fim de melhor organizar suas leituras, já deve ter se deparado eventualmente com algumas dificuldades para manter a meta. Por vezes algum problema no trabalho ou família que acaba fazendo com que você não consiga se concentrar e fique sem ler por dias; alguma viagem inesperada em que você esquece de levar o livro para ler no ônibus ou avião; muitos afazeres; muitos compromissos; muita preguiça; ou muito sono no fim da noite que te impedem de retomar ou avançar na leitura.
Aí vão algumas boas dicas para se manter dentro da meta:
Ah, se amar... Se amar é bom demais. Nem sei bem por onde começar a falar sobre como é bom se amar. Estar contente e confortável com quem você é. Claro, não precisa estar totalmente satisfeito, afinal a insatisfação é que te leva a superar seus próprios limites, a encarar novos desafios, a tentar coisas novas todos os dias. Satisfação te leva ao comodismo. Mas voltando ao assunto sobre amar a si mesmo, o importante é aceitar que você é quem você é. E isso não deve mudar e nem ser algo ruim. Lembra-se daquela antiga música do
Balão Mágico?
Não precisa mudar. É tão lindo. Deixa assim como está. Pois é.
Então tente. Olhe no espelho, encare seu reflexo. Há muitas coisas boas em nós que podemos usar a nosso favor. Esqueçamos por um momento dos nossos graves e desastrosos defeitos e foquemos no que há de bom em nós.
Mas enquanto você não respeitar a si mesmo e seus sentimentos, aprender a se amar será um processo árduo. Você não se respeita quando permanece alimentando relações não saudáveis. Você não se respeita, não cresce e não se ama quando permite que pessoas que você sabe que te fazem mal, continuem se aproximando e te machucando. Você não se respeita e não se ama nem um pouquinho quando não põe um ponto final em amizades tóxicas.
Algumas leituras simplesmente não te conquistam. Costumo dizer que, certas vezes, não estou com espírito para determinadas narrativas. Tenho amigos leitores que jamais conseguiram deixar uma leitura inacabada. Por mais que estejam detestando o livro desde os primeiros parágrafos, vão até o fim.
Sinceramente, não sei como conseguem insistir em leituras enfadonhas ou ruins. Não tenho nenhuma vergonha de dizer que as abandono pelo meio do caminho a fim de partir para histórias mais interessantes. O tempo é curto e precioso demais para dedicá-lo a livros ruins.
Não vou dizer que nunca finalizei a leitura de péssimos livros. Infelizmente, terminei vários. E foram poucos os que abandonei. Mas aí vai uma lista que, inclusive, não contém apenas livros ruins. Há alguns ótimos títulos que, por algum infortúnio, não conseguiram me fisgar:
Nem eu mesma conheço a procedência do meu fascínio por hotéis. Mas deve vir da cultura pop. O Mistério do Cinco Estrelas de Marcos Rey era um dos meus livros favoritos na infância e, confesso, era fã daquele segmento criado por Roberto Gómez Bolaños (o Chaves) que se passava em um hotel, o Chompiras :)
O hotel onde vou me instalar, seja por um fim de semana ou por um pouco mais do que isso, é um dos itens fundamentais e que requer maior atenção nos meus roteiros de viagem. Eu sou uma pessoa bem incomum, admito. Eu prefiro a viagem em si do que o destino final. Me preocupo mais com o hotel em que vou me hospedar do que desbravar o lugar que estou conhecendo.

Daniel F. Galouye não figura na lista de autores aclamados do gênero ficção científica como Arthur C. Clarke ou Isaac Asimov. Nem mesmo teve sua obra reconhecida postumamente como Philip K. Dick. E, infelizmente, nem parece correr o risco de vir a ser redescoberto por uma nova safra de leitores aficionados por sci-fi. Talvez seja pelo fato de não possuir a mesma energia narrativa transformadora, o texto denso e complexo dos demais citados. Mas, ainda assim, vale a pena dar uma oportunidade e descobrir sua obra. O conceito de simulacro - de um universo simulado e artificial que imita a realidade - já é interessante por si só. Soma-se a isso uma boa construção de enredo que fisga o leitor de imediato, deixando-o curioso desde as primeiras páginas para conhecer o desdobramento dessa intrigante história, e temos um livro digno de se ter na estante. A narrativa acompanha o protagonista Douglas Hall que se vê confuso e aterrorizado diante da descoberta de que vive em um mundo virtual, falso, que apenas reproduz a realidade, criado artificialmente com o propósito de se estudar a natureza humana. Ainda mais curioso é o fato de a população deste universo simulado ter desenvolvido seu próprio simulador de ambiente. Isto é: um mundo virtual dentro de outro mundo virtual. E isso anos antes de Christopher Nolan lançar seu Inception. Paralelamente, há uma interessante trama política - fator que aciona as suspeitas do protagonista a respeito de seu mundo fake. O conceito de simulacro, aliado ao mote político, levanta questionamentos de ordem moral, filosófica, religiosa e social, alertando para os terrores de um regime ditatorial; o perigo de divergir do senso comum, da opinião estabelecida e imposta por poderosos (mencionando a tortura contra rebeldes); e da ganância que leva um ser humano a querer brincar de Deus. Em suma, reflexões que todo e qualquer bom sci-fi deve proporcionar ao leitor. Um filme baseado no livro foi lançado em 1999 com o título de 13º Andar. Por ter sido lançado no mesmo ano (poucos meses antes) e abordar a mesma temática de Matrix - entretanto, sem o orçamento milionário do filme da Warner Studios - acabou ofuscado e passando despercebido pela maioria do público, tendo chegado diretamente ao mercado de home video no Brasil. Pelo visto, Galouye, mesmo depois de sua morte, permanece sendo um sujeito sem sorte.